sexta-feira, 4 de maio de 2012

graça.

É raro o dia que conseguimos ver a beleza nas minucias da vida. Em um amanhecer ou no final do dia. Em um começo ou em uma história que teve seu merecido ponto final.
Não faz parte de mim convencer-te de que a vida é bela a cada momento - porque sabemos que ela não é. Contudo na "feiúra" que o belo floresce. Não é vestindo a melhor roupa, passando quilos de maquiagem na cara que irás conquistar alguém, meu bem. Nas suas olheiras, retrato do seu cansaço, é onde eu vejo seu encanto. Na voz calma, e não deixando de ser imponente. Na sua meia risada - aquela mesma, que quer rir e tirar toda a preocupação do corpo, mas não consegue. Naquele seu andar lento, de quem gostaria de estar correndo, fugindo de tudo dali. São esses pequenos pontos que fazem tua formosura.
Mas ultimamente, tuas olheiras não cessam. Tuas risadas não são vistas. A tua voz não é mais a mesma. E o seu andar? Continua lento, entretanto é de quem não tem mais forças para continuar, ou de quem não quer continuar. Se andas indecisa em qual estrada tomar, não vá adiante nem regresse. Pare o mundo à sua volta e veja para onde quer ir.
Se não o fizer e seguir por um caminho indesejado sem volta, a beleza da vida será difícil de ser reconhecida. Ainda que o pôr do sol seja um dos mais bonitos, ainda que a risada gostosa de um amigo seja a mais sincera possível, pode-se rir verdadeiramente quando não se é feliz?
Ainda continuas bonita como sempre. O cansaço anda colado a ti, espero que aconteça logo uma separação. Pois em uma relação em que um puxa o outro para o fundo do poço tem seus dias contados, e esse pode ser um dos melhores finais, para que no final a beleza não deva ser visualizada de fora para dentro, e sim, sentida.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

inconstâncias.


Então, não sei porque cargas d'água estou escrevendo novamente. Desculpe-me, não estou escrevendo. Estou vomitando palavras. um verdadeiro descarrego.
Mas é que finalmente aconteceu.
Já era previsto. Era incontrolável. Era banal, para muitos.
Enfim, era irremediável e incompreensível.
Era simplesmente uma vida com curvas, se fisicamente possível, haviam "loopings".
De nada adiantava mudar, de nada adiantava continuar. Era a inércia pura.
Como um motorista bêbado, que sabe que está agindo errado, mas que realmente quer chegar no final de seu percurso. O problema é que me importo com quem sai ferido. Para a infelicidade das testemunhas, a maioria dos causadores de acidentes não morrem. Não saiu assim.
Terminou em acidente. Consegui frear o carro no momento do baque. Ninguém, além de mim, conseguiu sair mais ferido. Não importa mais. O estrago já está feito.
A inércia finalizou. Agora eu sei que tenho dois caminhos.

Fingir que nada aconteceu, e continuar em movimento uniforme. Uniforme, igual. Como insanamente faço.
Ou tomar um atitude. Apavorante, eu sei.
O problema é que eu não estava sozinha nesse mundano carro. Uma grande pessoa está comigo.
E agora?
Vê-la se ferir não é nada agradável. Mas simplesmente, essa pessoa não poderia pegar um volante semi governado, e trocar a rota. Era loucura. Era protêrvia. Era errado.
Agora, os guardas irão chegar, e a bagunça será consertada. Não importa, as cicatrizes ficam marcadas até o fim. E não há recomeço algum que possa apagá-las.
E enfim, me levarão. Para casa, ou para qualquer lugar. Afinal, para onde se pode levar?
O final dessa história? Não há, por hora.

Só sei que não houve tempo para airbags, nem para frear antes da batida. O impacto foi grande, como qualquer acidente de carro. As curvas sozinhas não são um fator. O meu estado, só, não foi um fator. A pessoa, somente, não foi um fator. Mas como termite, quando tudo se junta, há uma explosão e tanto.
A verdade é que esses fatores não podem coexistir. Mas, no momento, não há como separá-los. Pelo visto, o acidente gerará um explosão. Ou melhor, continuará explodindo, até que um fator, pelo menos, se aniquile por inteiro.

retorno, ou não.

E faz tempo que eu não escrevo. E faz tempo que eu não me confronto. E fazia tempo que eu não caia. Cair para valer. Em definitivo. Em pedaços.
E sabe aquelas promessas de ano novo? Enfim, como usual, elas não se cumpriram.
Não há como elas se cumprirem. Não há como eu fazê-las acontecerem, não neste ano, nem no que vem daqui a 4 meses.
É melhor eu chamá-las de sonhos, do que promessas. Porque, comumente, eu cumpro minha palavra. Mas isso não depende só de mim.

quarta-feira, 9 de março de 2011

E eu sei que parece realmente engraçado, mas eu precisava disso.
Eu precisava achar que eu tinha felicidade, eu precisava sofrer e acabar com o meu porto seguro. Enfim, eu precisava sair do meu mundinho pingpong.
Eu gostaria de escrever um poema sobre, mas me falta o romance.
Eu gostaria de escrever uma sátira, mas o tema não tem mais graça.
Por fim, eu não escrevo, porque por hora, não há nada a dizer.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Personas non gratas

Um dia desses, descobri que uma pessoa marcante me deletou. Nada muito grave, mas ela me deletou em sites de relacionamento (Msn e orkut).
Talvez eu esteja sendo paranoica demais, porém isto me passou é que este ser gostaria que eu fosse apagada de sua leve vida.
Repito, nada grave. Não me abalou, só me fez pensar; isto era inevitável, algum dia não nos falaríamos mais, o silêncio tomaria espaço e continuaríamos nossas humildes vidinhas.
Como já disse, esse ato me fez pensar: Como é tão hipócrita a vida. Talvez ela seja capciosa. Mirabolante, tanto faz. Mas eu sei o que eu quero levar dela: risos e algumas lágrimas, amores, gostos, milhares de experiências e mais alguns sentimentos de que hoje não tenho conhecimento... mas uma coisa eu não deixo entrar em minha bagagem por muito tempo: rancores. Seja qual for a situação, e com quem for; a gente muda, os pontos de vistas mudam, a gente acaba esquecendo. Nem sempre, perdoando.
E retomando ao assunto, essa pessoa, com apenas alguns cliques, me informou: Agora em diante, você se tornou uma persona non grata em minha vida. Vou te esquecer.
Por enquanto, fui posta à escanteio e daqui algum tempo, apagada. Como eu me sinto? Indiferente, desculpa se às vezes pareço fria demais. Me disseram que se eu estivesse indiferente, eu não faria um texto falando sobre, e sim daria um recado a pessoa, contudo darei o tal recado, mas o meu estado continua o mesmo.
Não te esqueço dolorosamente. Não te esqueço, simples. Somente te recordo com uma pontadinha de saudade, de quero mais (somente dos momentos bons é claro).
Voltando à ideia, as situações são hipócritas. Seria fácil apertar alguns botões da vida, para esquecer alguém. Mas quem faz isso rancorosamente, não quer esquecer. Quer congelar os momentos bons, só deletar os ruins. As pessoas sempre costumam a lembrar do lado ruim dos inúmeros instantes juntos, e assim se machucam.
Acho que é melhor ser saudosista, rir com as lembranças, e se for chorar, que choremos de saudade. Não delete as pessoas, querendo ou não, elas são as pontes que te formaram até você chegar aqui.
Desculpem-me se estou parecendo benevolente demais. É claro que certas pessoas podem ser más, dolorosas e complicadas. Porém, mesmo assim, você lembra delas. Você não as deletou, elas só saíram de foco.

p.s.: eu sei que o texto está meio complicado, confuso. Mas só saiu. ;P

sábado, 22 de janeiro de 2011

só uma pausa.

Não que eu não me caiba mais em palavras, elas continuam sendo o que eu sempre pensei que elas fossem. Não que eu não as mereça mais, todo ser humano merece se expressar. Não que eu não goste das mesmas coisas, eu continuo tendo os mesmos gostos. Não que o mundo inteiro se alterou e eu continue a mesma, e nem o inverso.
Só acho que uma pausa - não merecida - me caiba bem.
Não é a falta de assunto que me incomoda, é a indecisão de assunto. Por hora, eu ficarei em cima do muro.
Desculpas a quem visitava o Sem Resultados, e agora não terá motivos para acessar.
Eu só preciso respirar bem fundo, e seguir adiante. Não é um adeus, é somente um Até logo.
Porque isso não me deixa feliz, eu gostaria de continuar escrevendo sem cessar, contudo não é perseverança que me falta, e sim a ilusão que eu sempre tive: A vida me dará o assunto a abordar.
Enfim, acho que serão uns meses, poderão ser semanas... não sei.
Mas a ausência é inevitável, como as estações, elas vêm e depois passam... Mas elas sempre voltam.

Beijos, e novamente, me desculpem. Não gosto que isso "termine" assim.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

passagem.

Natal.Ano novo. Eu sempre penso a mesma coisa: De nada me adianta pensar sobre as minhas alegrias e derrotas. Os 365 dias e 6 horas já não voltarão mais.
Mas como eu tenho a mania de lutar contra mim e querer vencer, eu dei uma olhadinha nos meus textos do ano passado, do meu antigo blog.
Uns são deploráveis, coisa de adolescente em crise mesmo. Outros se salvam.
Em um momento saudosista, alguns parágrafos me fizeram sorrir, e alguns me entristeceram.

Invés de apresentar uma versão Aline 2011, irei lhes mostrar uma Aline 2009.
E eu realmente desejo muitas realizações, vitórias e quedas, e claro: muitos textos para mim e para você. :)

Pintar a escrita

"As pessoas escrevem para se tornar eternas."

Eu não escrevo para me tornar eterna, eu escrevo pois pensar é limitadamente irritante. Tenho necessidade de me expressar intensamente com palavras, e nisso tudo, me encontrar. Encontrar a razão de alguma coisa, nem que seja para satisfazer. Escrevo para me satisfazer.

Para ler e apagar. Escrevo para acalmar a irritação, apaguizar o choro.

Escrevo para me mostrar, ou para me esconder. Escrevo para criptografar minhas idéias loucas. Escrevo até para irritar. Não a você - a mim.

Mas quando você lê, leva um pedaço de mim. Uma frase em especial, aquela que encaixa com sua vida, essa você a leva. Leva um pedaço de mim, e deixa um pedaço seu. Me leva em poucos minutos, por poucos minutos. Você, por minutos, dança conforme a minha letra.

Dança e se encanta? dificilmente. Dança e consente, dança e concorda. Dança e critica, e ri, e discorda. Dança, e lê. E passa por minhas incertezas, pelos meus medos. Eles não acenam, não permito. E às vezes, eu te inspiro, te irrito, e satisfaço.

E então, me esquece. Mas você volta, e me acha boba, ou não.

Escrevo para meu próprio prazer, mesmo que os outros vejam. Não há nenhum inocente que não tenha pensado no que eu escrevo, se não, até aquele momento, nunca pensou. Depois, deve ter pensado. Pois não há motivo algum em ler sem interpretar. É como olhar uma obra de arte e não enxergar as cores usadas. Por fim, eu escrevo, pois isso é uma arte, e o meu pincel mal começou a ser utilizado."