sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

passagem.

Natal.Ano novo. Eu sempre penso a mesma coisa: De nada me adianta pensar sobre as minhas alegrias e derrotas. Os 365 dias e 6 horas já não voltarão mais.
Mas como eu tenho a mania de lutar contra mim e querer vencer, eu dei uma olhadinha nos meus textos do ano passado, do meu antigo blog.
Uns são deploráveis, coisa de adolescente em crise mesmo. Outros se salvam.
Em um momento saudosista, alguns parágrafos me fizeram sorrir, e alguns me entristeceram.

Invés de apresentar uma versão Aline 2011, irei lhes mostrar uma Aline 2009.
E eu realmente desejo muitas realizações, vitórias e quedas, e claro: muitos textos para mim e para você. :)

Pintar a escrita

"As pessoas escrevem para se tornar eternas."

Eu não escrevo para me tornar eterna, eu escrevo pois pensar é limitadamente irritante. Tenho necessidade de me expressar intensamente com palavras, e nisso tudo, me encontrar. Encontrar a razão de alguma coisa, nem que seja para satisfazer. Escrevo para me satisfazer.

Para ler e apagar. Escrevo para acalmar a irritação, apaguizar o choro.

Escrevo para me mostrar, ou para me esconder. Escrevo para criptografar minhas idéias loucas. Escrevo até para irritar. Não a você - a mim.

Mas quando você lê, leva um pedaço de mim. Uma frase em especial, aquela que encaixa com sua vida, essa você a leva. Leva um pedaço de mim, e deixa um pedaço seu. Me leva em poucos minutos, por poucos minutos. Você, por minutos, dança conforme a minha letra.

Dança e se encanta? dificilmente. Dança e consente, dança e concorda. Dança e critica, e ri, e discorda. Dança, e lê. E passa por minhas incertezas, pelos meus medos. Eles não acenam, não permito. E às vezes, eu te inspiro, te irrito, e satisfaço.

E então, me esquece. Mas você volta, e me acha boba, ou não.

Escrevo para meu próprio prazer, mesmo que os outros vejam. Não há nenhum inocente que não tenha pensado no que eu escrevo, se não, até aquele momento, nunca pensou. Depois, deve ter pensado. Pois não há motivo algum em ler sem interpretar. É como olhar uma obra de arte e não enxergar as cores usadas. Por fim, eu escrevo, pois isso é uma arte, e o meu pincel mal começou a ser utilizado."




Um comentário:

Natália Tonin disse...

Como sempre seus textos revirando todas as cabeças..
Eu adoro, acho que já falei isso algumas vezes.
Minha querida, isso é um dom tão encantador, nunca vi niguém que escreva como você - obvio que todos somos únicos, mas a sua forma de encaixar cada palavra, é como ler seus pensamentos, é puro, é bonito...
Parabéns mais um vez meu amor.
Um beijão,
Nati.