sábado, 27 de novembro de 2010

aos meus esquecidos.


Eu estava saindo do banheiro, e vi duas garotas. Uma chorava, copiosamente.
Se eu senti dó? Não sei o motivo para eu sentir pena, mas aquilo me marcou, somente.
E entre soluços altos, falava para a amiga:(...) Eu vou esquecer dele e dela. Eu não vou mais pensar nele antes de dormir, ao acordar...(soluço), e ela? Vou romper os laços, nunca mais será a minha amiga(...)
E com essa frase na cabeça eu fiquei.

Em quem você pensa antes de dormir? Em quem você deveria pensar ao acordar? Para que número telefônico você liga quanto está precisando? Com quem você se importa, realmente?
Será que a pessoa que fala com você, liga para o que você fala?
No seu círculo social, quem é você?
O ajudante ou o necessitado?
Todos temos de um, um pouco.
Mas, às vezes, damos importância demais para quem não merece.
Você lembra das pessoas que você falava diariamente, à três, cinco anos atrás? Não adianta recorrer às fotos, o que importa é a sua memória, como a pessoa marcou você. A fotografia nada mais faz do que registrar o momento. O que você registra das pessoas?
E essas amigas, os ex-namorados ainda podem lembrar de nós.
E como um ato repentino, as pessoas aparecem. Invadem nossas vidas, nos ajudam, modificam a nossa cabeça e de repente, somem - às vezes não.
E nos momentos que precisamos de um ombro amigo, aquela pessoa anônima, aquele esquecido aparece. Mesmo não estando lá toda hora, e não sendo tão esquecido assim, ele ainda dá um: "olá, como você está? Me lembrei de você."
Você é o esquecido de alguém? Era um tremendo amigo e passou a ser um colega? Isso pode ser inevitável. Não é possível darmos atenção para todos que conhecemos e não esquecer de ninguém.
As pessoas se esquecem de datas importantes, de fazer algo necessário, e de rostos. E se esquecem de pedir perdão, como se arrependimento fosse inútil. E elas se odeiam por meses, anos e mesmo assim, continuam brigando.
Mas quando se reencontram, têm a maravilhosa chance de deixar tudo para trás, porém há situações que nem a mais forte desculpa pode apagar. Essa chance, alguns valorizam e outros desperdiçam. Aos que desperdiçam? Esqueça, ainda há 7 bilhões de pessoas no mundo que você pode conhecer.
Humanos são capciosos, estranhos, chatos e encantadores. Não temos um motivo certo de dar oi a um estranho, e nem motivo de falar com certas pessoas, contudo nós o fazemos.
É esquisito como laços de apertam quando a distância aumenta mais e mais, e como laços de desfazem tão facilmente. Não desfaça laços tão complacente como assistir televisão, mas não espere que os seus esquecidos venham atrás de você, pois de vez em quando quem pode precisar, são eles.
Humanos são só humanos. Erram.
E o mais incrível disso? Podem consertar, quase tudo.

E por falar nisso: Oi, eu me lembro de vocês.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

placebo do amor: ON SALE.


Por mais que o título resuma tudo, me escute.
Pare, e me leia.
Não estou aqui para definir o amor tampouco para falar que ele é complexo. Há algumas pessoas que acham ele excitante, animador, lindo; Há outras que acham patético, digno de humilhação.
Eu tenho minhas conclusões sobre ele, e não pretendo divulgá-las com vocês, por hora.

As pessoas precisam do amor quanto precisam viver. Desculpe-me, mas eu sei respirar muito bem sozinha.
Essa vontade de escrever sobre a necessidade de amar me veio por dois motivos simples:
O restaurante que costumo ir tem pouca mesa para dois. E quando é um casal que vai, pega a mesa de quatro lugares.
Algumas pessoas me intitulam de triste, depressiva pois eu gosto de almoçar sozinha. Ir ao cinema sozinha (tem gente que quase chora quando falo isso!), caminhar sozinha, ficar em casa sozinha.
Eu aprecio a minha companhia. Eu e minha mente, o dia inteiro... há algo melhor que isso numa terça feira chuvosa? ou até numa sexta atordoada, tanto faz.
O segundo motivo: Eu assisti um casamento. Casamento = amor = clichê.
Espera!
Esse casal, cujo eu não sei nem os nomes, era um casal assim... de idade.
Não era aqueles jovens na aurora dos tempos que se apaixonaram, se beijaram e disseram para o taxista: Vai para a igreja!
Eram mais velhos, lá pelos 40, 50 anos.
Foi um dos casamentos mais bonitos que já assisti. Não era aquele que prometia cuidar do outro na alegria e na tristeza, na saúde ou na doença.
Saúde e doença? A gente cuida até do cachorro do vizinho, e está preocupado com a possibilidade do marido adoecer? Faça-me o favor!!

Então, vou enfim falar sobre o amor.
Sobre qualquer sentimento, o Google vai saber te explicar. As pessoas costumam descrever objetivamente e subjetivamente.
Mas sendo sincera, não me importa o que você pensa do amor, e espero que você não se importe sobre o que eu penso do amor. Porém, sejamos claros: o amor está a venda.
Como nunca, as pessoas estão desesperadas para amar. Não sabem diferenciar o gostar, o apreciar do amar.
O Amar enlouquecido, desenfreado.
Não só mulheres como homens querem aquele amor de tirar o fôlego, aquele que a revista sempre comenta: o que te surpreende, o que faz atos fofos, jantar à luz de velas; aquele que num sábado de manhã lhe convida para sair viajar sem destino, pular de bungee jump.
O amar maravilhoso, de capa de revista.
Aquele em que os dois devem ter o físico escultural, que tenham o sorriso perfeito, que combinem todo o dia, toda hora. As metades da laranja. Aquele que é só sorriso, e beijinhos.
Todos sabem que o "te amo" é banalizado.
Não é só ele que está banalizado. É amor.
Pense MUITO bem comigo. Intimidade ainda requer respeito.
Você consegue amar alguém e ainda ser totalmente sincero?
Ter temperança sobre o seu amor, sobre a sua vontade de amar?
Consegue ter a liberdade* de sempre? Consegue controlar suas vontades de solteiro/a?
Ainda pode sumir por dias, e depois voltar com a verdadeira desculpa que só saiu para pensar?
Ainda tem os pés no chão e acha que algumas coisas ainda são impossíveis?
Não.
Não confunda amor com paixão. Amor é aquilo que fica depois que todo o fogo passa.
Deve ser por isso que os restaurantes não se estressam de comprar mais mesas à dois e sim de quatro lugares, porque ter seu espaço é uma vantagem do amor.
Porque tentar encontrar a metade da laranja antes de estar madura é desperdício de força, de tempo. É acúmulo de choro, somente.
As pessoas deveriam se descobrir mais, conhecer mais, aprender mais, lutar mais, para no final, poder amar mais. Porque antes disso, não precisam provar para ninguém que elas têm um coração capaz de amar.
E se for assim, até que a morte os separe.
Ou senão, parem de vender o amor em bancas e em caixas de chocolate.

*Liberdade: Presença de confiança, e distância. Pelo menos, para mim.
Ah! E eu nem vou comentar o amor sobre coisas materiais, animais e vícios. Isso me entristece.

p.s.: Eu sei, eu sumi. Detesto fazer textos com temas tolos, mas é que ele já estava em minha mente faz uma semana.