sexta-feira, 4 de maio de 2012

graça.

É raro o dia que conseguimos ver a beleza nas minucias da vida. Em um amanhecer ou no final do dia. Em um começo ou em uma história que teve seu merecido ponto final.
Não faz parte de mim convencer-te de que a vida é bela a cada momento - porque sabemos que ela não é. Contudo na "feiúra" que o belo floresce. Não é vestindo a melhor roupa, passando quilos de maquiagem na cara que irás conquistar alguém, meu bem. Nas suas olheiras, retrato do seu cansaço, é onde eu vejo seu encanto. Na voz calma, e não deixando de ser imponente. Na sua meia risada - aquela mesma, que quer rir e tirar toda a preocupação do corpo, mas não consegue. Naquele seu andar lento, de quem gostaria de estar correndo, fugindo de tudo dali. São esses pequenos pontos que fazem tua formosura.
Mas ultimamente, tuas olheiras não cessam. Tuas risadas não são vistas. A tua voz não é mais a mesma. E o seu andar? Continua lento, entretanto é de quem não tem mais forças para continuar, ou de quem não quer continuar. Se andas indecisa em qual estrada tomar, não vá adiante nem regresse. Pare o mundo à sua volta e veja para onde quer ir.
Se não o fizer e seguir por um caminho indesejado sem volta, a beleza da vida será difícil de ser reconhecida. Ainda que o pôr do sol seja um dos mais bonitos, ainda que a risada gostosa de um amigo seja a mais sincera possível, pode-se rir verdadeiramente quando não se é feliz?
Ainda continuas bonita como sempre. O cansaço anda colado a ti, espero que aconteça logo uma separação. Pois em uma relação em que um puxa o outro para o fundo do poço tem seus dias contados, e esse pode ser um dos melhores finais, para que no final a beleza não deva ser visualizada de fora para dentro, e sim, sentida.